O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE, registrou uma variação de 0,40% em julho, refletindo uma queda de 0,16 ponto percentual em comparação ao mês anterior. Embora o índice tenha apresentado desaceleração, o acumulado no ano alcançou 1,97%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses chegou a 2,66%, superando os 2,49% registrados no período anterior. O custo médio nacional da construção por metro quadrado subiu para R$ 1.756,01, sendo R$ 1.009,31 relativos aos materiais e R$ 746,70 à mão de obra.
Em julho, a parcela referente aos materiais de construção apresentou uma variação de 0,30%, uma alta significativa em comparação ao mês anterior, que teve uma ligeira queda de -0,05%. Esse aumento de 0,35 ponto percentual marca a maior taxa registrada nesse segmento desde outubro de 2022. Augusto Oliveira, gerente da pesquisa do Sinapi, ressaltou que "A parcela dos materiais teve uma alta significativa, atingindo diversos estados. Concomitante, mesmo com valor menor, ainda houve um número de acordos coletivos que impactaram no índice agregado".
Por outro lado, a variação na mão de obra foi de 0,53% em julho, o que representa uma queda expressiva em relação ao índice de junho, que havia sido de 1,40%. Essa redução de 0,87 ponto percentual é atribuída ao menor número de acordos coletivos firmados no mês. Comparado a julho de 2023, o índice de variação da mão de obra permaneceu estável.
No acumulado de 2024, os custos com materiais de construção subiram 0,75%, enquanto a mão de obra teve um aumento mais expressivo, atingindo 5,35%. Nos últimos 12 meses, o acumulado para materiais foi de 0,76%, e para mão de obra, 3,65%. Esses números refletem um cenário de crescimento contido nos preços dos materiais, enquanto os custos com mão de obra continuam a apresentar variações mais acentuadas.
O estado do Rio de Janeiro foi o que registrou a maior alta em julho, com uma variação de 1,61%. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos reajustes salariais nas categorias profissionais do setor. Além do Rio de Janeiro, outros estados como Ceará, Tocantins e Santa Catarina também homologaram dissídios coletivos, embora com impactos menores.
A região Nordeste apresentou a maior variação mensal entre todas as regiões, com um crescimento de 0,60%. Todos os estados da região contribuíram para esse resultado. As demais regiões registraram as seguintes variações: 0,24% no Norte, 0,45% no Sudeste, 0,09% no Sul e 0,20% no Centro-Oeste. Este desempenho ressalta o impacto das condições regionais sobre os custos da construção, com o Nordeste liderando o crescimento em julho.
O Sinapi, fruto de uma colaboração entre o IBGE e a Caixa Econômica Federal, desempenha um papel crucial no setor de construção civil no Brasil. Ele fornece séries mensais de custos e índices, que são fundamentais para a programação de investimentos, especialmente no setor público. Os dados do Sinapi são utilizados na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, além de permitir a atualização dos valores das despesas em contratos e orçamentos públicos.
A variação de 0,40% no Sinapi em julho reflete um cenário de ajustes nos custos da construção civil, com destaque para o aumento nos preços dos materiais e as variações regionais significativas, especialmente no Rio de Janeiro e na região Nordeste. Com o custo médio por metro quadrado da construção atingindo R$ 1.756,01, os dados indicam um cenário de atenção contínua às variações nos insumos e mão de obra. A próxima divulgação do Sinapi, prevista para 10 de setembro, trará novos insights sobre a evolução desses custos e as implicações para o setor de construção civil.
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