O Brasil alcançou a marca de 14,6 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs) em 2022, segundo as Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número representa um aumento de 1,5 milhão em relação a 2021, quando havia 13,1 milhões de MEIs registrados. No entanto, apesar do crescimento absoluto, a proporção de MEIs em relação ao total de ocupados formais registrou uma leve queda, passando de 19,1% em 2021 para 18,8% em 2022. Essa redução pode ser atribuída ao aumento do pessoal ocupado total no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) durante o mesmo período, conforme explica Thiego Ferreira, gerente da pesquisa.
A pesquisa, classificada como Estatística Experimental por ser a segunda edição do levantamento, utilizou dados de diferentes fontes administrativas, como o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), Simples Nacional (SIMEI), Cadastro de Pessoa Física (CPF), RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), CEMPRE (Cadastro Central de Empresas) e Cadastro Único do Governo Federal (CADÚnico). O estudo mostrou que, em 2022, 69,4% dos MEIs estavam ativos há menos de cinco anos, e somente os registrados em 2022 representaram 1/5 do total de microempreendedores individuais.
Um dado interessante revelado pela pesquisa é o aumento no número de MEIs empregadores, que passou de 104,1 mil em 2021 para 133,8 mil em 2022. Isso indica um movimento positivo no mercado de trabalho, com mais microempreendedores contratando funcionários, mesmo que limitados a um empregado, conforme a legislação vigente.
Participação por Setor
Em relação às atividades econômicas, o setor de serviços dominou entre os MEIs, representando 51,5% do total em 2022. Dentre as atividades mais populares, o destaque vai para os cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, que somaram 1,3 milhão de MEIs, correspondendo a 9,0% do total. O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios também se destacou, com 990,4 mil microempreendedores (6,8%), seguido pelos restaurantes e estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, que registraram 876,0 mil MEIs (6,0%).
Além disso, atividades como serviços especializados para construção, publicidade e malote de entrega também tiveram alta participação, superando 70% entre as ocupações representadas.
Aspectos Sociodemográficos
No aspecto sociodemográfico, a pesquisa revelou que 53,6% dos MEIs em 2022 eram homens, enquanto 46,4% eram mulheres, demonstrando uma leve predominância masculina. A faixa etária mais comum entre os microempreendedores variou entre 30 e 39 anos, representando 29,9% do total, enquanto a média de idade dos MEIs foi de 40,8 anos. Em termos de cor ou raça, 44,7% dos microempreendedores se identificaram como brancos, seguidos pelos pardos, que somaram 29,8%.
Quanto à escolaridade, a grande maioria dos MEIs (86,5%) não possuía ensino superior completo. Esse grupo é composto principalmente por microempreendedores que completaram o ensino médio ou tinham nível superior incompleto (63,4%).
Impacto do CADÚnico e sobrevivência dos MEIs
A presença dos MEIs no Cadastro Único do Governo Federal (CADÚnico) também foi destacada pela pesquisa. Em 2022, 4,1 milhões de MEIs estavam inscritos no CADÚnico, representando 28,4% do total de microempreendedores. Desses, cerca de metade (49,8%) participava do Programa Bolsa Família (PBF).
Outro ponto importante é a taxa de sobrevivência dos MEIs, que em 2022 foi de 79,9% para os microempreendedores registrados em 2019. As maiores taxas de sobrevivência foram observadas nos setores de construção (84,8%) e indústria geral (81,5%).
Distribuição regional
Regionalmente, as regiões Sudeste e Sul concentraram a maior parte dos MEIs. São Paulo liderou com 4,0 milhões de microempreendedores (27,4%), seguido pelo Rio de Janeiro (1,6 milhão) e Minas Gerais (1,6 milhão). Fora do eixo Sul-Sudeste, a Bahia foi o estado com maior número de MEIs, totalizando 774,5 mil microempreendedores.
As estatísticas revelam um cenário de expansão do microempreendedorismo no Brasil, com um aumento expressivo no número de MEIs, especialmente nos setores de serviços e comércio. Apesar da queda na proporção de MEIs em relação ao total de ocupados formais, o crescimento absoluto e a sobrevivência dos microempreendedores demonstram a importância desse segmento para a economia brasileira. Os dados também reforçam a relevância de políticas públicas voltadas para o apoio e desenvolvimento dos microempreendedores, especialmente aqueles inseridos no CADÚnico e em regiões menos desenvolvidas.
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