No primeiro mês de vigência da abertura do mercado livre de energia para consumidores do grupo A, que compreende empresas de média e alta tensão, mais de 3 mil consumidores já notificaram o encerramento de contratos com distribuidoras elétricas em busca das vantagens oferecidas por esse novo modelo. A mudança, que já estava disponível para grandes indústrias, mostra potencial para baratear as contas de energia dessas empresas em torno de 20%.
Marcelo Loureiro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, destaca o enorme potencial de novos negócios que podem se beneficiar com a adesão ao mercado livre de energia. Com mais de 12 mil pequenas e médias empresas demonstrando interesse em ingressar nesse ambiente ao longo de 2024, estima-se que entre 20 e 24 mil empresas possam aderir, representando um aumento significativo em relação às atuais 38 mil unidades consumidoras no segmento livre.
Segundo a portaria do Ministério de Minas e Energia, os consumidores que optarem pela migração deverão escolher um comercializador varejista habilitado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, com mais de 100 agentes varejistas já prontos para operar nesse novo cenário.
Ao entrar no mercado livre de energia, os consumidores mantêm vínculo com as distribuidoras, que são responsáveis pela rede por onde a energia passa. No entanto, ganham a liberdade de escolher o fornecedor, tempo de contrato, preço e tipo de energia, podendo optar por fontes renováveis.
Dante Beneveni, CEO da Urca Trading, empresa do Grupo Urca Energia, uma das comercializadoras habilitadas, destaca que a redução de custos para as empresas pode chegar a três faturas por ano. Ele ressalta o poder de escolha e a possibilidade de diversificação de fornecedores e produtos, como produtos com desconto garantido ou preço fixo.
A medida, que tem potencial para beneficiar principalmente indústrias e serviços de pequeno e médio porte, como supermercados, padarias e redes de postos de combustíveis, traz uma perspectiva de popularização da energia do mercado livre. Essa tendência, iniciando no atacarejo e possivelmente expandindo para o varejo, segue um padrão observado internacionalmente. A informação sobre a inclusão no grupo A de consumo pode ser verificada diretamente nas contas de energia das empresas.